Descrita como uma alteração emocional ocasionada pelo medo, preocupação excessiva com o futuro e reação associada ao estresse, a ansiedade é vista como o "mal do século", principalmente no Brasil.
De acordo com uma pesquisa realizada em Fevereiro de 2017, a OMS destacou o Brasil como campeão entre os países com população mais ansiosa do mundo, com mais de 18 milhões de pessoas afetadas. Mas por que o nosso povo, conhecido mundialmente como um dos mais felizes e receptivos do mundo, lideram o topo dessa lista?
CONTRADIÇÕES
Sabemos que a real situação econômica do nosso país não é motivo para nos orgulharmos, e por muito tempo estamos assim. A alarmante desigualdade social, elevado número de desemprego, pobreza, a educação básica carente de investimentos, tais como os setores de saúde, segurança e infraestrutura há muito interfere no nosso cotidiano. Por outro lado, vemos também que o brasileiro é o povo mais acolhedor e simpático do mundo, mesmo com todas as latentes dificuldades que nos cercam. Será essa série de fatores que influenciam para andarmos tão excessivamente preocupados ultimamente? Sim, faz sentido. Mas outras causas, pouco comentadas, podem ser resultantes para o descontrole emocional atual.
USO ABUSIVO DAS REDES SOCIAIS
Como você já deve ter ouvido falar, o Brasil também é um dos países com maior tempo de usuários conectados nas redes sociais. Cada brasileiro passa, em média, cerca de mais de nove horas online na internet. O acesso às redes sociais é o maior motivo da conexão, principalmente aos aplicativos de troca de mensagens, Facebook e Instagram.
Todo esse excesso de informações, publicidade, observância da vida alheia como fonte de "inspiração", levam a criação de falsas expectativas e sentimento de fracasso por não alcançar a "vida perfeita", se é que ela exista, por um número elevado de usuários ativos.
Tudo isso pode fazer com que o indivíduo desenvolva transtornos emocionais com maior frequência, se não administrado corretamente através da gestão da emoção.
PRINCIPAIS VÍTIMAS
Como mostram pesquisas recentes da OMS em 2018, as mulheres são as principais vítimas da ansiedade e depressão no nosso país. Os fatores culturais e biológicos como menopausa, alterações hormonais, problemas na tireoide, gravidez, como também o excesso de trabalho e responsabilidades exercidos pelas mulheres brasileiras são de suma relevância para desencadear um quadro de ansiedade. Os dados mostram que 7,7% das mulheres no Brasil apresentam sintomas ansiosos contra apenas 3,6% dos homens.
TRATAMENTO
Atualmente, o tratamento mais procurado nas clínicas de terapia é por medicamentos como o Alprazolam, Diazepam, Fluoxetina entre outros, que são inibidores seletivos da recaptação da serotonina, hormônio responsável pelo "bem estar" do nosso corpo e mente.
Juntamente, ou não, com o uso dos medicamentos, o mais aconselhável é uma mudança no estilo de vida dos pacientes, como a prática de atividades físicas regulares, alimentação adequada, uma boa noite de sono, meditação, são práticas essenciais para um bom equilíbrio físico e mental.
MUDAR A REALIDADE DO PAÍS
Diante de todos os problemas apresentados, o que se espera com essa colocação alarmante da ansiedade do nosso país, é que os nossos representantes reflitam um pouco mais profundo sobre a sua gente, e que possam criar programas governamentais voltados a atender e escutar o que anseia o seu povo, com mais atenção e cuidado para com as nossas crianças, porque é na infância que muitos problemas de adultos podem ser evitados.
